Entrevista com Mario Suriani

Mario Suriani é escritor espírita, casado, pai de André Luiz e Alexandra, e avô de Maria Luiza, seu xodó. Nasceu em Conquista–MG, e atualmente mora em Guarulhos–SP.

Mario trabalhou como profissional da área de Recursos Humanos até se aposentar, e atualmente é empreendedor, administrador da Distribuidora de livros Sinal Verde Livros.

Seu livro Amargo Regresso fará parte do Clube do Livro Emmanuel no mês de junho, e Mario gentilmente concedeu esta entrevista ao site do Clube do livro Emmanuel.

Você é espírita há quanto tempo e entrou para a Doutrina Espírita?
Desde os meus 20 anos, ou seja, há 49 anos. Conheci o Espiritismo por esses “acasos da vida”. Fui ao centro levar uma sobrinha que vivia doentinha, fui acompanhando meu irmão.
Ela se curou, graças a Deus e eu gostei tanto daquele lugar que acabei ficando.

Qual a Casa Espírita que frequenta e que trabalho desenvolve na casa?
Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz de Guarulhos. Hoje, minha única tarefa está ligada à área de desobsessão, mas focada na psicografia.

Quantos livros você já escreveu e quais são?
Apenas 2. O primeiro foi A Escolha de Samira publicado em 2020, e agora em 2023, lançamos o livro Amargo regresso. O terceiro está a caminho.

Como iniciou seu trabalho de psicografia e como foi seu primeiro contato com os espíritos ligados ao livro espírita?
O início foi de muitas dúvidas. Fazendo o Curso de Doutrina, os orientadores relatavam essa tendência, mas eu não acreditava, nada. Muito cético, eu diria até muito atento às colocações de Kardec, achava que para ser algo ligado aos espíritos teria que ser mais acentuado, não distinguia bem uma coisa de outra. Com o tempo, mudei de tarefa na casa espírita.

Passados longos 20 anos, talvez com a própria maturidade da vida, entendi e aceitei a singular oportunidade. Os primeiros contatos, com a minha compreensão do que de fato já me falavam há anos, foram super fáceis. Espíritos sempre extremamente bondosos e pacienciosos com as minhas limitações.

Nos conte um pouco sobre seu livro Amargo regresso e como foi trabalhar com o autor espiritual Prof. Alceu de Souza Novaes.
Esse livro nasceu de uma mensagem que ficou lá atrás em meus cadernos de psicografia. 

Quando veio a mensagem, há uns 9 anos, não imaginava que dali viria o livro. O Espírito que é o protagonista da história só mencionou isso bem depois e foi a única mensagem que nos trouxe. Trabalhar com o Professor Alceu foi extremamente fácil, principalmente pela sua elevada capacidade em relatar de forma tão coesa uma história cheia de dramas, crueldades, lutas, enfim, ele conhecia bem os fatos pelo convívio constante com o Espírito Sebastião.

A primeira parte do livro Amargo Regresso se dá na época da escravidão no Brasil. Depois de tanto tempo, ainda temos que lidar com o preconceito, que continua forte. Na sua opinião, por que ainda existe o preconceito, mesmo a história de nosso país nos mostrado tanto sofrimento no passado?
Foi uma época de muitas crueldades, mas não só no Brasil. Vimos até no século passado, bem recentemente, portanto, como era complicada a situação nos Estados Unidos. O assassinato de Martin Luther King Júnior, como segregavam os próprios artistas negros, como ocorreu com a atriz Dorothy Dandridge e tantos outros.

Claro que existe o preconceito em vários aspectos, mas eu vejo essas ocorrências bem reduzidas e entendo ser o nosso povo mais evoluído nesse sentido.

Você é escritor e divulgador do livro espírita. Como você viu a aceitação do livro espírita ao longo destes anos?
Lá no começo, anos 1970, 1980 era mais complicado. Com a diversificação cada vez maior de novas editoras o livro espírita cresceu muitíssimo. Hoje eu entendo ser um dos segmentos mais procurados quando se trata de literatura.

Qual a importância do livro espírita atualmente?
Contribui enormemente para o avanço de nosso planeta na escala dos mundos.

Você trabalha com clubes de livros. Qual a importância dos clubes de livros no mercado de livros espírita?
É uma forma de trazer o livro por um preço bem mais em conta aos leitores. Graças aos clubes de leitura foram abertos novos caminhos para a divulgação desse imprescindível trabalho.

Na pandemia, muitos clubes de livros fecharam as portas e caíram a adesão dos associados aos clubes de livro. A que você credita esta queda já que as pessoas ficaram em casa e precisavam de algo para se distrair e se consolar?
Eu vejo quase que exclusivamente o impacto financeiro causado principalmente pelo desemprego, o fechamento de muitas empresas, aquela fase do isolamento das pessoas.

Temos um clube que chegou a ter 350 sócios, hoje reduzidos para 40.

Os preços dos livros têm aumentado muito devido à crise que estamos vivendo, você acredita que poderia haver um crescimento maior dos clubes de livros neste momento devido ao valor dos clubes serem menores que nas livrarias e lojas virtuais?
Seria uma boa oportunidade, porém vejo que as editoras não pensam assim. Mesmo para clube os preços têm se elevado muito e nós que utilizamos o serviço dos Correios para o envio sofremos o impacto duplamente.

Como você acha que vai ser no futuro a divulgação do livro espírita diante da tecnologia e internet, que permite que os leitores se envolvam mais com as redes sociais e se afastem cada vez mais dos livros?
Eu li uma matéria recentemente que as pessoas já estão enjoando das redes sociais. Eu acredito nisso tirando por base meu comportamento. A interação não tem sido tão animada como era há uns 10 anos. Agora o risco maior ficará por conta do livro eletrônico. Esse, sim, acredito que tão logo nossa geração vá retornando a verdadeira pátria acabará por dar o tiro de misericórdia no trabalho dos clubes.

Agradecemos sua disponibilidade em conceder esta entrevista ao site do Clube do Livro Emmanuel, e pedimos que deixe uma mensagem aos nossos leitores.
Eu que agradeço pela oportunidade, sobretudo pelo carinho no convite. Desejo muito sucesso ao trabalho de vocês, levando a mensagem espírita de forma tão competente. Aos leitores meu abraço, que Jesus ampare a todos nesse momento em que temos a oportunidade de participar do importantíssimo passo de nosso planeta rumo ao mundo de regeneração.

Que Deus ilumine a todos!


"Rita Ramos Cordeiro é escritora, jornalista, articulista, psicanalista, voluntária e desenvolvedora de conteúdo para sites."

Rita Ramos Cordeiro