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Adoção Tardia – um ato de amor

A adoção é um ato de amor e esperança que transforma vidas. Mas e quando a criança a ser adotada já passou por diversas experiências e possui uma história de vida? 

A adoção tardia é a adoção de crianças que já passaram dos primeiros anos de vida e que, por diversos motivos, não podem permanecer em seus lares de origem. É um processo que oferece a essas crianças a oportunidade de construir uma nova família e um futuro mais promissor. Ao serem acolhidas por uma família, essas crianças têm a oportunidade de construir um futuro mais promissor e de vivenciar a experiência de pertencer a um lar.

O processo de adoção costuma ser mais longo e complexo, com um período de convivência entre a criança e a família adotiva. 

A criança pode ter dificuldade em se desligar de vínculos anteriores e construir novos laços. Além dos desafios comuns à adoção, a adoção tardia pode envolver questões relacionadas a traumas, dificuldades de adaptação e a necessidade de trabalhar questões emocionais.

Desafios 
Um dos principais desafios que a adoção tardia enfrenta são os diversos preconceitos e mitos que dificultam a busca por famílias para crianças mais velhas. Esses equívocos podem impedir que muitas crianças encontrem um lar amoroso e estável.

Um dos maiores mitos é que crianças que já passaram por diversas experiências e possuem uma história de vida mais complexa são, necessariamente, problemáticas ou difíceis de educar. Na verdade, cada criança é única e suas dificuldades podem ser trabalhadas com o apoio adequado.

Muitas pessoas acreditam que é mais difícil criar um vínculo afetivo com uma criança mais velha do que com um bebê. No entanto, o amor e o cuidado podem construir laços fortes e duradouros em qualquer idade.

Existe a ideia de que crianças mais velhas já perderam a oportunidade de ter uma infância feliz e de se desenvolver de forma saudável. No entanto, a adoção tardia pode oferecer uma nova chance para essas crianças construírem um futuro melhor.

Algumas pessoas temem que a criança adotada as rejeite ou não as veja como seus verdadeiros pais. É importante lembrar que a maioria das crianças que aguardam por adoção anseiam por um lar amoroso e estão dispostas a construir uma nova família.

A crença de que crianças mais velhas terão mais dificuldade em se adaptar a uma nova família é outro mito comum. 

Na verdade, cada criança é única e suas dificuldades podem ser trabalhadas com o apoio adequado.

Esses preconceitos são prejudiciais porque aumentam o tempo de espera. As crianças mais velhas tendem a ficar mais tempo em abrigos à espera de uma família, o que pode ter consequências negativas, o que pode afetar a autoestima e o bem-estar dessas crianças.

Além de limitar as oportunidades de essas crianças encontrarem um lar amoroso e estável.

É importante desmistificar esses preconceitos e mostrar que a adoção tardia é uma opção valiosa para muitas famílias. Ao acolher uma criança mais velha, as famílias oferecem a elas a oportunidade de construir um futuro feliz e promissor.

Os benefícios para a criança na adoção tardia, é que ao encontrar um lar permanente, a criança adquire um senso de segurança e estabilidade emocional que pode ter faltado em sua vida anterior.

Com o apoio e a orientação de uma família adotiva, a criança pode desenvolver todas as suas potencialidades, tanto em termos cognitivos, emocionais quanto sociais.

A construção de um vínculo forte e duradouro com a família adotiva proporciona à criança um sentimento de pertencimento e amor incondicional.

A adoção tardia abre portas para novas experiências e oportunidades de desenvolvimento, como a frequência à escola, a participação em atividades extracurriculares e a construção de amizades. Com o apoio adequado, a criança pode superar traumas do passado e construir um futuro mais promissor.

Processo de adoção
O primeiro passo é procurar uma Vara da Infância e Juventude e se inscrever no cadastro de pretendentes à adoção. Os pretendentes devem participar de um curso de preparação para a adoção, onde receberão informações sobre o processo, os desafios da adoção tardia e as necessidades das crianças. 

Uma equipe multidisciplinar realiza uma avaliação psicossocial da família, analisando, aspectos como estrutura familiar, condições financeiras, motivação para adotar e capacidade de cuidar de uma criança. 

Os pretendentes indicam qual o perfil da criança que desejam adotar, considerando, fatores como idade, sexo, características físicas e necessidades especiais.

Após a escolha do perfil, os pretendentes iniciam um período de convivência com a criança, geralmente em um ambiente controlado, como um abrigo ou instituição de acolhimento.

Caso a convivência inicial seja positiva, os pretendentes podem levar a criança para sua casa por um período determinado, para poderem vivenciar o dia a dia juntos.

Em seguida, a equipe técnica elabora um parecer sobre a viabilidade da adoção, considerando os resultados dos estágios de convivência e a avaliação psicossocial da família e da criança. O juiz analisa o parecer técnico e, se considerar que a adoção é o melhor interesse da criança, proferirá a sentença de adoção.

Não existe um prazo exato para o processo de adoção tardia, pois ele pode variar significativamente de caso a caso.

Diversos fatores influenciam a duração do processo, como a complexidade do caso, o perfil da família, o número de crianças disponíveis para adoção, as vagas nas instituições e os procedimentos burocráticos. 

A burocracia envolvida no processo judicial e na emissão dos documentos legais também pode prolongar o tempo.

É importante ressaltar que a espera pode ser frustrante, mas é fundamental ter em mente que o objetivo principal é garantir o bem-estar da criança e encontrar a família mais adequada para ela.

O processo de adoção exige paciência e persistência. É necessário manter contato com a Vara da Infância e Juventude e participar ativamente de todas as etapas. Contar com o apoio de outros pais adotivos, grupos de apoio e profissionais da área pode facilitar o processo.

É preciso ressaltar que a adoção tardia não é apenas um ato de caridade, mas uma forma de garantir os direitos da criança à família e à convivência familiar. Ao acolher uma criança mais velha, as famílias contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos tenham a oportunidade de crescer em um ambiente amoroso e seguro.