Livre arbítrio é o direito que o ser humano tem de pensar e agir com liberdade, porém, uma frase muito interessante diz que: "a minha liberdade termina quando começa o do outro" e neste contexto precisamos falar sobre a educação que os pais dão aos filhos.
É claro que todos têm a liberdade e dever de educar seus filhos de acordo com sua cultura, idealismo, modo de vida, mas quando esta educação e livre arbítrio colocam em risco a saúde, educação, bem-estar físico e emocional dos filhos, os pais perdem o direito sobre eles.
Vivemos num mundo onde é comum falarmos em abandono infantil, abuso infantil, abandono de incapaz. Definindo resumida e rapidamente estas três definições da seguinte forma:
Diz o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que toda criança tem direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, à liberdade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Considera-se criança a pessoa até os doze anos. Todos esses direitos são deveres da família, da comunidade, da sociedade e do poder público.
Mas não é isso que vemos por aí e esta lei não é cumprida. É habitual vermos crianças abusadas sexualmente, e as estatísticas mostram que a maioria das crianças são abusadas no próprio lar por um membro da família.
Bebês são jogados nos lixos, crianças são deixadas em casa sozinhas, muitas vezes são obrigadas a trabalhar em tenra idade, crianças que andam em carros sem a devida segurança, e tudo isso quando elas ainda são consideradas incapazes de gerir suas próprias vidas, ou seja, precisam de tutores e responsáveis que lhe deem segurança e boa qualidade de vida.
É claro que é responsabilidade dos pais e responsáveis cuidar da integridade física, moral e psíquica dos filhos, mas infelizmente não é isso que acontece atualmente.
Milhares são as crianças abandonadas nas ruas à própria sorte, e por vezes correm risco de morte por falta de segurança.
Nestes casos não podemos deixá-las à deriva, é responsabilidade de toda a sociedade olhar por elas.
Não devemos dizer: "Se você precisa de lei para cuidar de seu filho o problema não é do governo, é seu."
Ora, é claro que o problema é dos responsáveis, mas infelizmente atualmente é comum ver que crianças correm perigo também com os pais.
Costumamos dizer: "Em briga de marido e mulher e de vizinhos ninguém mete a colher."
É triste ver este egoísmo no ser humano, pois muitas vezes pessoas tem suas vidas salvas quando "metemos a colher".
A mentalidade do "cada um por si", e que cada um cuide de sua vida é válida quando isto não coloca em risco a vida e segurança de outras pessoas.
É triste ver que as pessoas ainda continuam egoístas, pensando que porque elas agem corretamente e com responsabilidade outras também devem fazer o mesmo, e que elas nada tem a ver com isso, pensando que todas as pessoas devem agir com sensatez e que o governo não deve se envolver.
Mas voltando às crianças, temos, sim, responsabilidades com o maltrato que acontece com o filho do vizinho se ficamos sabendo e nada fazemos.
Sim, é responsabilidade dele, mas se ele não as tem, existem leis que foram criadas para que os abriguem a cuidar bem de seus filhos! Não minimize a gravidade da situação só porque não acontece com você, sua família, seus filhos e só porque acredita que os pais precisam assumir suas responsabilidades.
Enquanto você pensa assim, crianças morrem sem cintos de segurança, filhos são abusados dentro de seus próprios lares, crianças sofrem abusos inimagináveis, sejam eles físicos ou emocionais.
Espero sinceramente que esta forma de pensar não se volte contra você e que nunca precise de leis e nem da ajuda de terceiros para a segurança e bem-estar de sua família e de seus filhos.
O mundo só se tornará melhor quando deixarmos de olhar apenas para nosso próprio umbigo.