Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, nos oferece uma perfeita definição sobre obsessão. No capítulo 28, item 81, nos informa que: “A obsessão é a ação persistente de um mau Espírito sobre uma pessoa”. Trata-se, portanto, de verdadeira perseguição de um desencarnado sobre um encarnado. Essa influência pode manifestar-se de diversas formas, desde perturbações leves até casos mais complexos, impactando tanto a esfera psicológica quanto a física.
A obsessão é resultado de um conjunto de fatores, como afinidades vibratórias, vínculos de vidas passadas entre obsessor e obsediado. É uma influência externa sobre o indivíduo, exercida por espíritos desencarnados com pensamentos intrusivos, emoções descontroladas e até mesmo problemas físicos. Podem se manifestar de forma semelhante aos transtornos mentais, mas a causa é diferente.
Por vezes, espíritos equivocados sentem-se atraídos por energias negativas, como sentimentos de raiva, medo e inveja, presentes no campo energético do ser humano. Existe, ainda, a possibilidade da obsessão de encarnados para encarnados e de encarnados para desencarnados, sendo este, um tema que merece atenção e reflexão.
Nas manifestações espirituais podem ocorrer sensações da presença de um desencarnado, vozes, visões, pesadelos recorrentes e dificuldade em orar ou se concentrar.
É importante ressaltar que nem todos os sintomas mencionados são exclusivos da obsessão espiritual.
A obsessão não exclui a possibilidade de transtorno mental. Muitas vezes, as duas condições podem coexistir, e o tratamento deve ser integral, abrangendo tanto a esfera espiritual quanto a material.
Nem todo transtorno mental tem origem espiritual. A obsessão, neste caso, é um desequilíbrio interno, podendo ter várias causas, como biológicas, psicológicas e sociais, e são diagnosticadas por profissionais da área da saúde mental, podendo ser tratadas com medicação e psicoterapia.
A diferenciação entre obsessão espiritual e transtorno mental não é simples. Muitas vezes, requer a avaliação de um profissional da saúde mental e de um indivíduo que tem elevado conhecimento da Doutrina Espírita. Neste caso, quando existe a suspeita de obsessão espiritual, é importante o acolhimento da religião que mais nos afeiçoamos.
Para se proteger e prevenir de uma obsessão, o estudo do Evangelho de Jesus, da prática da caridade e da oração fortalece o espírito e afasta as energias negativas para que a pessoa possa se reequilibrar através do conhecimento, autoconhecimento e moral cristã.
A doutrina espírita nos ensina que todos somos responsáveis por nossos pensamentos, sentimentos e ações. Ao cultivar o amor, a compaixão e a tolerância, podemos construir relacionamentos mais saudáveis e livres de obsessões.
É fundamental buscar auxílio médico para tratar as manifestações físicas e psicológicas da obsessão.
Ao compreender os mecanismos da obsessão, o indivíduo pode buscar as ferramentas necessárias para se libertar dessa influência e alcançar a paz interior.
A doutrina espírita não substitui a medicina tradicional, é fundamental buscar ajuda de um profissional da área da saúde mental, aliado a um tratamento espiritual para um resultado eficaz.
A combinação de ambos os tratamentos pode proporcionar um alívio significativo para os sintomas e uma melhora na qualidade da saúde mental e espiritual.