Cultura de segurança e valorização à vida

Lembro-me da época em que todos os brasileiros foram obrigados a usar cinto de segurança nos carros para todos os passageiros. A multa era grande para quem não cumprisse a lei, e o medo de ser multado fez o brasileiro se educar e aprender a usar o cinto de segurança.

Se todos aprenderam a usar cinto de segurança, não posso dizer, mas eu particularmente, quando entro num carro, a primeira coisa que faço é colocar o cinto. É automático, e muitas vezes nem percebo o que fiz! Foi necessária persistência e educação para isso.

O Brasil infelizmente não tem cultura de prevenção contra riscos de vida.

Temos órgãos que definem as normas de segurança, mas em muitos casos e situações elas não são cumpridas.

As tragédias acontecem, os anos passam, mas nada muda.

Temos equipamentos e uma engenharia perfeita para nos colocar em segurança, mas não temos a consciência para isso.

Optamos sempre pelo mais barato e pelo que dá menos gastos, justificando que nada de ruim vai acontecer.

Bem, está mais que provado que as coisas ruins acontecem com as pessoas comuns, os mais atingidos.

De que nos servem as leis, os órgãos de segurança, se não são aplicados?

Dizem que não devemos procurar culpados pelas tragédias.

Ora, se não procurarmos culpados, o mal ficará impune, consequentemente as tragédias se tornarão recorrentes.

E tudo é um trabalho em conjunto. De conscientização, de educação, de prevenção.

As tragédias jamais deveriam acontecer, mas quando acontecem precisamos entender a lição que nos está sendo passada.

Apenas revolta e dizer que isso é Brasil não resolve. Precisamos exigir que as normas e as leis sejam aplicadas e cumpridas, e principalmente precisamos nos educar, aprendendo a valorar a nossa vida e a de nosso semelhante.

Nada muda de repente, mas é preciso começar um dia!

Tudo muda quando decidimos mudar, mas a mudança precisa começar em nós.

"Rita Ramos Cordeiro é escritora, jornalista, articulista, psicanalista, voluntária e desenvolvedora de conteúdo para sites."

Rita Ramos Cordeiro